terça-feira, 20 de setembro de 2011

Fitzcarraldo

Parado no começo, mas vai melhorando até ficar impossível tirar os olhos da tela. fotografia interessante e coragem admirável de fazer o que foi feito na raça, algo surpreendente para a época.
Algo que me incomodou foi o filme parecer, pelo menos, ser dublado em alemão e a falta de sincronia na dublagem.
As imagens feitas ao longo da viajem são lidas, as paisagens naturais e tudo mais...
Diálogos interessantes, bem construídos e delicadezas como as crianças tocando um violino mal na frente da prisão e ajoelhadas quando o protagonista é preso e ele, no topo do navio colocando a ópera para tocar fazendo os índios pararem com o batuque dos tambores.
A reação dos índios ao subirem no navio é tocante, simples, delicada e emocionante e a tenção enquanto os tripulantes comem cercados por eles que acaba se transformando, de certa forma, em um pequeno e curto ritual chama a atenção para o medo do desconhecido que os tripulantes tem, de certa forma.
O olhar esperançoso de Klaus Kinsk é encantador, e ele não perde isso em momento algum. é um misto de loucura , êxtase, alegria e outros sentimentos que chega a  comover.
Foi definitivamente uma produção corajosa e eu fico me perguntando: como foram feitas as cenas na floresta, as explosões, as árvores e tudo mais? E esses índios? Aliás, é interessante notar os olhares deles também, inocentes em certos momentos,  o que só enriquece o filme.
Foi, definitivamente, um projeto de louco fazer este filme. Hoje em dia, metade dele seria feito em computadores, cidades cenográficas e etc., não teria o mesmo impacto e a mesma riqueza, não seria a mesma coisa.
É interessante pensar como foi feito para tantos índios participarem de algo assim, porque eu não duvido que esta tribo nunca tivesse tido contato com o homem branco, e, se teve, foi muito pouco ou era algo recente, aparentemente.
Fitzcarraldo não é só uma obra cinematográfica, é também uma obra da engenharia!
           Não consigo culpar os índios por terem cortado as cordas do barco e o soltado em direção às correntezas, foi um ato inocente gerado por uma falta de conhecimento, se é que posso dizer assim. O que eles fizeram não foi por sacanagem, foi uma atitude lógica para eles, por um motivo maior, um ato, de certo modo, ritualístico, por isso não da para culpá-los pelo “fracasso da expedição, que não foi um fracasso, já que o objetivo principal foi alcançado, que era levar a ópera àquele povo das margens do rio.
a cena das corredeiras é angustiante e desesperadora e a cena final não poderia ser melhor.
          No fim das contas, ele consegue o que ele queria levar uma ópera para o meio da floresta! Isso que encanta.
          Devo confessar, não dava nada para esse filme e me impressionei!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Harry Potter And The Deathely Hallows (isso não é uma crítica)

         
          Sem dúvida alguma, a coleção mais tocante de livros da atualidade, os melhores filmes, apesar de tudo, os personagens mais interessantes e com quem todo mundo se identifica de alguma forma estão em Harry Potter.
          Foram os filmes e livros que mais mexeram comigo e com toda uma geração que cresceu junto com os personagens da série. Um texto envolvente, que nos transportava para Hogwarts, Beco Diagonal, Três Vassouras, Hogsmead e tantos outros lugares.
          Quem nunca conheceu um Harry, um Rony ou uma Hermione? Isso vale para todos os personagens, é claro, mas decidi citar só os três para poupar tempo. Quem nunca se sentiu ou quis ser igual a algum deles?
          É impressionante o quanto alguns livros ou filmes podem mudar nossas vidas. Todos lutamos contra Voldemorts todos os dias, estamos sempre caçando Horcruxes, nos escondemos atrás de Capas de Invisibilidade e etc.
          Harry Potter nos fez acreditar em muitas coisas, no dito "impossível". Mas quem garante que é impossível mesmo? Eu acredito, do fundo do meu coração, que existem seres mágicos como sereias, fadas e tal e pessoas com poderes mágicos, bruxos, pelo mundo de verdade.
          Aposto que todo dia em Londres, na Estação King Cross, devem ter pessoas que vão até a coluna entre as plataformas 9 e 10 e tentam atravessá-la, mas poucos conseguem realmente ir para a tão desejada Plataforma 9 3/4.
          Como disse o Dumbledore no filme que eu acabei de assistir "Palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia. Capazes de formar grandes sofrimentos e também de remediá-los."
          E é sem medo que eu digo: Harry Potter é a série, tanto de livros quanto de filmes, do século.
          Agora, se me permitem: Mal feito, feito!

domingo, 3 de julho de 2011

Como Esquecer

          Um filme belíssimo, que tem uma delicadeza quase ímpar na fotografia, interpretações belíssimas, diálogos "filosóficos" e personagens belíssimos, é assim que eu classifico Como Esquecer, um filme dirigido por Malu de Martino que me conquistou.
          Tudo gira em torno de uma professora de Literatura Inglesa que se separou apouco de sua namorada e está tremendamente triste e abalada com isso. O filme começa com cores acinzentadas, tristes, que transmitem o sentimento de Júlia, a protagonista, e, com o passar do tempo, as coisas vão ganhando cores e alegria, junto com a personagem.
          Personagens bem construídos, não só a protagonista, mas todos, os amigo, a aluna, os colegas de trabalho, que mal aparecem, e a prima da amiga. Uma das coisas que, de certo modo me surpreendeu, foi a Júlia ter pensado no suicídio, mas não ter tentado, aparentemente, cometê-lo. Isso me surpreendeu por que, no começo, parece óbvio que isso vai acontecer.
          Só tem uma coisa que eu acho que poderia ser diferente, o figurino da protagonista, mas eu compreendo de certa forma o que a figurinista quis dizer (ou eu entendi demais).
        Gostei também de o tema "homossexualismo" não ter sido o centro, mas sim, o simples amor que uma pessoa sente por outra e o que o fim de um relacionamento pode resultar. como eu disse na pagina do filme no site "Filmow", o fato de ser um filme com temática homossexual ficou praticamente esquecido, não passou de um detalhe tamanha a naturalidade com que foi tratado.

Elenco: Ana Paula Arósio, Murilo Rosa, Natália Lage, Arieta Corrêa, Bianca Comparato, Pierre Baitelli, Regina Sampaio.
Direção: Malu de Martino
Roteiro: José Carvalho
Foto: Poster/Divulgação

domingo, 26 de junho de 2011

Niklasstrasse, 36

            Peça baseada em “A Metamorfose” de Franz Kafka, “Niklasstrasse, 36” traz uma história psicológica, intrigante e interessante de um rapaz que se isola no seu quarto quando acorda metamorfoseado em um inseto que, pela descrição, suspeito ser uma barata ou algo do tipo.
            Devo alertar que não conheço o texto de Kafka, mas eu gostei muito, tem uma estética belíssima, super fotográfica, duas atrizes com sapatilhas de ponta, que eu, particularmente, acho lindo, figurinos simples e bonitos, maquiagem interessante, só acho que poderia ter sido um pouquinho suavizada, trilha sonora arrepiante e atores muito bons.
            Vou destacar uma cena, próxima do final, onde a Irmã (Mariana Viana) toca um violino sem cordas e Gregor (Aline Baba)  para para assisti-la e se aproxima e...enfim, sem palavras, me arrepiou muito.
            O espaço escolhido, Teatro Cacilda Becker, na Lapa,  é uma delicia, de verdade, confortável, grande e, ao mesmo tempo, intimo, eu diria.
            Hoje, 26/6, foi a ultima apresentação, mas, sabendo de próximas apresentações, aviso aqui!
            Elenco: Aline Baba, Camila Nardoni, Luana Frez, Lucas Almeida e Mariana Viana.
            Texto e Direção: René Piazentin
Cia. Dos Imaginários

Foto: Reprodução

domingo, 15 de maio de 2011

AGENDA

Olá, venho dessa vez fazer divulgação de duas peças, as duas que eu comentei aqui, 666ponto9quase7, da Cia. Garratifa e Medéia, da Cia. En'cena.

*Medéia
   Texto original: Eurípides
   Adaptação e direção: Elber Marques
   Elenco: Rosana Keully, Natália Rosa, Ametonyo Silva, Ronald Castelly e Jéssica Borges, Mayra Praquês, Tarcísio Cunha e Stefany Borba
   Local: Teatro do Ator, Praça Franklin Roosevelt, 172, Consolação, São Paulo, SP
   Datas: 27 de Maio a 24 de Junho (Sextas-feiras) às 21h
Obs. Dia 10 de Junho NÃO haverá espetáculo!
 
*666ponto9quase7
   Texto e Direção: Fabiano Garcia e Thiago Leite
   Elenco:  Augusto Nascimento, Dafne Rufino, Eddi Lima, Ellen Regina, Kako Soares e Thiago Leite.
   Local: Teatro ETA, Rua Major Diogo, 547, Bela Vista, São Paulo, SP
   Datas: Ainda não tem datas confirmadas, mas apresentações devem ocorrer nos meses de Julho e Agosto.
   O espetáculo venceu o Festival do ETA (Estúdio de Treinamento Artístico), que ocorreu no mes de Abril nas categorias de Melhor Espetáculo, Melhor Ator (Thiago Leite) e Melhor Direção e teve a indicação à Melhor Atriz (Dafne Rufino).
 
Bem, é isso que eu tenho a dizer por hoje.
 
Gabriel Rosa

domingo, 20 de março de 2011

Medéia

          Minha tragédia favorita, diga-se de passagem. A Cia. En'Cena fez um ótimo trabalho transformando uma peça que é, em sua maior parte falada, em ações que prendem a atenção do espectador.

Mayra Praquês
          Cenário minimalista, feito a partir de tiras de tecidos elásticos esticados e presos no chão e teto, formando como se fosse uma teia que ganha cor conforme a iluminação muda, fazendo um degrade interessante que climatiza a peça. Os figurinos igualmente simples e bonitos, feitos de tecido branco/cru e um pouco desfiados nas pontas, o que dava uma inpreção mais rústica, de "vindo da terra".
          A adaptação trouxe a peça um pouco para o Brasil, ou melhor, misturou a cultura grega antiga com a afro-brasileira, que ficam claras na trilha sonora e na Ama de Medéia, principalmente. Inclusive, a atriz Lija Suora estava ótima no papel.
          Mayra Praquês faz uma Medéia que emociona de verdade, ao ponto de quase me fazer chorar, e, como eu disse a ela, só uma atriz fez isso comigo, além dela. Os gritos de Medéia me arrepiaram. A personagem é cheia de altos e baixos e aje muito por impulso, e ela fez isso muito bem.



Stefany Borba, Fernando Bittencourt e Mayra Praquês
          Todos desempenharam seus papeis muito bem, mas quero falar também de Stefany Borba, que fez parte do coro e Creúsa. Ela morreu belamente, de verdade, e se destacou por ter sido uma cena praticamente muda. Aliás, essa foi uma coisa que eu gostei, trouxe a morte dos personagens para o palco, o que não é uma caracteristica do teatro grego antigo.
          Fernando Bittencourt me chamou a atenção também, em especial por eu não tê-lo visto em cena antes (que eu me lembre). Tarcísio Cunha fez um bom trabalho, em especial por ter sido, segundo me contaram, a primeira peça que ele fez atuando, não sei se procede, mas, de qualquer forma, gostei.
          Deixo aqui os meus parabéns a todo o elenco e a direção que foi realmente boa.

           Aliás, tem uma outra observação, pequena, que passa até despercebida: embora o texto (pelo menos o que eu li) seja escrito em versos dispostos como poesia, é um texto corrido, não precisa ser falado com tantas pausas.
          Bom, esta é minha opinião.
          Sexta (25) e Sábado (26) são as ultimas apresentações no Espaço Cultural Grande Otelo, em Osasco.
Elenco: Mayra Praquês, Tarcísio Cunha, Lija Suora, Fernando Bittencourt
Natália Miano, Bruno Fanale, Stefany Borba, Luara Katherine.
Texto Original: Eurípides.
Adaptação e Direção: Elber Marques.
Produção: Cia En'Cena.
Fotos: Gabriel Rosa

domingo, 27 de fevereiro de 2011

CherryBomb

          Conta a história de dois amigos que tem uma rivalidade muito forte, um deles é o melhor aluno da escola e termina o ano com notas ótimas, o outro, é o oposto, mora com o pai que é um bêbado que só arranja confusão e tem um irmão mais velho indignado com a situação do pai e irmão. A rivalidade entre eles almenta quando a filha do chefe de Malachy, o "bom-moço", chega na cidade e meche com os dois. Ela bota lenha na competitividade dos dois para ver quem vai ficar com ela, e é ai que as coisas começam a acontecer.
          Entre vários conflitos familiares e pela garota, a história ganha rumos interessantes, com muita confusão e etc. Os atores são bons, o roteiro interessante e a fotografia é bonita. Não é O filme, mas é um filme interessante de se assistir, poi trata de alguns dramas comuns a vida dos adolecentes atuais, o que me fez lembrar muito do seriado Skins.
          É interessante observar que, mesmo com essa rivalidade entre os personagens centrais, eles tem uma amizade quase que incondicional, e isso fica bem evidente no final do filme.

Elenco: Rupert Grint, Kimberley Nixon e Robert Michael.
Diretor: Glenn Leyburn, Lisa Barros D'Sa.Roteiro: Daragh Carville.
Foto: Divulgação.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

The Tree (A Árvore)

          Um filme muito bonito, fotografia muito boa e atuações bem interessantes.
          O filme conta a história de uma família que acaba de perder o pai, deixando apeas a mulher e quatro filhos. A personagem principal do filme é Simone, a terceira filha, que ouve o pai atravez de uma árvore enorme no quintal da casa deles. A garota era muito apegada ao pai, portanto, a que, além da mãe, que mais sente falta dele.
          Assim que o pai morre, o filho mais velho toma a pose de "homem da casa", enquanto a mãe esta desolada, isso foi uma coisa que eu gostei muito, sem contar a garotinha, única menina, que vai cuidar da mãe como se fosse adulta, com uma força e presença maravilhosa, que fica muito bonito.
          Um personagem que me intrigou, foi o segundo (julgo) filho do casal, que cuida muito da árvore, mas não dá pra entender claramente se ele sente que o pai está lá ou não, especialmente por ele fazer isso sempre de noite, sem ninguém por perto.
          Uma das cenas mais bonitas, é quando um galho da árvore cai sobre o quarto da mãe, Dawn, enquanto ela não está lá, e, quando vai dormir, ela dorme como se a árvore a abraçasse, como se fosse seu marido.
          Enfim, vale muito a pena assistir.

Elenco: Charlotte Gainsbourg, Morgana Davies, Marton Csokas, Christian Byers, Tom Russell, Gabriel Gotting, Aden
Diretora: Julie Bertuccelli
Roteiro: Julie Bertuccelli
Foto: Divulgação

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Starcrossed (O Amor Contra o Destino)

          Um tanto quanto sem sentido e precipitado.
          O tema do filme é o amor entre irmãos, assim como o nacional "Do Começo Ao Fim", mas este é anterior.
          História o filme até tem mas não funcionou muito bem como curta.
          As coisas acontecem muito rápido, tornando o filme muito corrido, o que dá a impressão de a história ter se passado de um dia para o outro, que acaba tornando o final uma decisão precipitada dos personagens.
          Enfim, o filme tem uma fotografia bem interessante e bonita, gostei mesmo disso, só que a interpretação deixou um pouco a desejar, faltou dinamismo e proximidade entre as personagens. Algumas atuações são até "mecânicas".
          O filme em si não é ruim, mas poderia ter seus 15min mais bem aproveitados.
Elenco: Marshall Allman, J. B. Ghuman Jr., John Wesley Shipp
Roteiro e Direção: James Burkhammer
Gênero: Drama
Foto: Divulgação

sábado, 1 de janeiro de 2011

Polaróides Urbanas

          Adaptação de um texto teatral de Miguel Falabella para o cinema, uma comédia gostosa e divertida.
          Marília Pêra estava muito boa, mostrando, mais uma vez, que é boa tanto no drama quanto na comédia. Ela faz os papeis de duas irmãs gêmeas, uma rica, brega, que só quer saber de aparecer, e a outra, simples, classe média, uma graça.
          Todos os personagens são muito interessantes, e, mesmo sendo uma comédia, traz seus momentos mais dramáticos e muito bonitos. Uma das falas que se destaca é da Ana Roberta Gualda, que diz para a personagem de Neuza Borges "Diz para minha mãe que eu talvez não volte e que eu te amo", o que demonstra o carinho que ela tem pela empregada e não pela mãe, psicóloga, que, aparentemente, pensa que tudo pode ser resolvido com remédios.
          Arlete Salles interpreta uma atriz que tem está em uma crise e não suporta pessoas a olhando.
          O filme também traz um babacão, que pensa que está abafando, um garoto de programa, um pai de família que não sai com o carro novo por medo de que coisas aconteçam, a ele, o carro, uma garota metida que não dá valor a quem a ama, e uma personagem que é uma assistente social, por assim dizer, de um centro que ajuda suicidas anônimos a desistirem da ideia, e um marido que faz as vontades da sua esposa.
          A história é toda amarrada, todos os personagens acabam interagindo, mesmo que indiretamente, o que torna o filme muito gostoso de se assistir.

Elenco: Marília Pêra, Arlete Salles, Natália do Vale, Otávio Augusto, Marcos Caruso, Neuza Borges, Stella Miranda, Alexandre Slaviero, Ana Roberta Gualda, Juliana Baroni, Nicolas Trevijano.
Direção e Roteiro: Miguel Falabella.
Gênero: Comédia
Foto: Divulgação